Prevenção de Doenças Gengivais e Cáries, os vilões das perdas precoces de dentes
Cáries, os vilões das perdas precoces de dentes
Sangramento – gengivas inflamadas – mau hálito
Você conhece alguém que se queixe de sangramento gengival recorrente ou persistente, odor ao passar o fio dental, dor ou inflamação nas gengivas?
Gengivas sadias não sangram espontaneamente, nem devem sangrar ao higienizar os dentes com fio dental ou escova. Muito menos ao morder alimentos mais consistentes. Esses podem ser alguns dos sinais de adoecimento.
A Gengivite e a Periodontite de origem bacteriana podem ser a causa desses problemas. São as doenças da boca mais frequentes após a cárie e a segunda maior causa de perdas dentais. As bactérias orais, quando em desequilíbrio podem causar doenças. Então saiba que, o Sangramento gengival, quando recorrente ou persistente, é um sinal de alerta do seu sistema imune de que algo está errado.
A dor nem sempre está presente, por isso, algumas pessoas relevam ou postergam buscar ajuda profissional. Além de sangramento, sensação de inchaço, coloração gengival de vermelho intenso ou até mau hálito persistente são outros sinais de advertência.
Você saiba que todos nós temos bactérias na boca?
Embora estejam presente em grande quantidade de tipos e volume, não são necessariamente nocivas ou agressivas a nossa saúde bucal, nem sistémica. Ao contrário do que se imagina, as bactérias orais são importantíssimas para o início dos processos digestórios. Não podemos nos livrar delas, “esterilizar a boca”.
E quando elas nos causam doenças?
Quando começam a se estabelecer na boca em desequilíbrio, em desbiose e por diversos fatores, não damos conta de nos defendermos desse processo. Nesse momento, elas podem nos causar problemas nos fazendo adoecer, de forma aguda, repentina ou crônica, lenta e silenciosamente. É muito comum perdas dentais precoces decorrente desse desequilíbrio bacteriano bucal que se cronificou e gerou cáries ou doenças crônicas gengivais.
O que podemos fazer já que não podemos nos livrar das bactérias bucais para não adoecer?
Seguem QUATRO dicas:
DICA 1 – Ter acesso a boas informações
O segredo está em aprender mais sobre como mantê-las em equilíbrio em nossa boca. Saber um pouco sobre como elas se instalam, se multiplicam e o que fazer para que sua existência não seja motivo de adoecimento já um bom começo. O dentista prevencionista é a melhor pessoa para lhe dar as melhores dicas sobre isso.
DICA 2 – Conhecer seu risco de adoecimento
Visitar o dentista periodicamente para saber seu risco de adoecimento é a segunda dica. Afinal, melhor prevenir do que remediar, se arriscar a ter que extrair dentes precocemente e necessariamente ter que passar por tratamentos mais complexos e onerosos. Ninguém quer isso, não é verdade? A visita recorrente e periódica possibilitará a você saber como está sua saúde bucal, seu risco de adoecimento e tomar providencias para evitar o início ou agravamento.
DICA 3 – Realizar limpeza profissional periódica
Fazer a “limpeza dental” com o dentista de forma regular é essencial para conseguir o que no meio científico denomina-se de “full mouth desinfection”. O dentista se utiliza de conhecimento científico, tecnologias, técnicas e materiais que proporcionam uma limpeza e polimento mais minuciosa de seus dentes.
A limpeza e polimento dental produzidos pelos procedimentos odontológicos livram seus dentes da adesão de colônias bacterianas mais antigas e em constante multiplicação, quebrando o ciclo de produção e permanencia daquelas mais nocivas a nossa saúde.
Quebrar o ciclo de colonização bacteriana sobre a superfície dental, periodicamente, desorganiza sua reestruturação e diminui o risco de adoecimento, porque são essas persistentes que na maioria das vezes, a depender de outros fatores, podem nos fazer adoecer, apesar de nossa higiene dental diária.
A limpeza dental também nos traz um ganho extra para a beleza de nosso sorriso. Você sempre sai do dentista com dentes mais polidos, claros e brilhantes, porque na profilaxia (limpeza), consegue-se também eliminar sujidades presas na superfície dental, como corantes de alimentos e outras manchas externas.
A sensação é de alívio, hálito agradável e um sorriso renovado. Assim dizem muitas pessoas que fazem uso desse procedimento regularmente.
DICA 4 – Manutenção Preventiva Regular e periódica
Qual a periodicidade correta de ir ao dentista?
A periodicidade deve ser adequada a seu risco de adoecimento. Essa é a última dica.
Sua avaliação de saúde bucal é realizada na consulta inicial a cada visita ao dentista. A periodicidade de manutenção preventiva indicada para você está associada a seu risco de adoecimento. O dentista tem critérios científicos e técnicas para fazer essa avaliação, pode inclusive necessitar de exames complementares para tal.
A prevenção tem sucesso maior quando envolve acompanhamento periódico. Na visita regular você avalia e acompanha os fatores de risco e sua resposta a esses fatores, além de fazer o procedimento de full mouth desinfection.
Cada caso é um caso e o risco é próprio de cada pessoa, de cada situação, pois envolve mais que somente bactérias, envolve outros fatores ou características de estilo de vida, alimentação e higiene e outras doenças sistêmicas ou comorbidades, que quando associados, produzem maior ou menor chance de você manter-se com saúde.
Por que limpar os dentes periodicamente no dentista se já faço isso diariamente?
A colonização bacteriana na cavidade oral tem todo um processo organizacional feito por esses pequenos seres. Algumas estão mais associadas a produção de ácidos, quando na presença de açúcares encontrados nos resíduos alimentares ao redor dos dentes, aumentando o risco de cáries. Outras que chegam mais tardiamente na colônia, podem produzir doenças gengivais. Ambas as doenças podem levar a perda dental e extração, quando não tratadas no tempo oportuno.
Postergar a intervenção torna o tratamento cada vez mais complexo e oneroso. Os tratamentos ficam mais demorados e de alto custo, pois precisarão envolver especialistas e tecnologias mais caras. Intervir no momento certo e prevenir sempre envolverão tratamentos mais confortáveis, menos complexos, menos onerosos e de melhor custo-benefício.
Como é a consulta de Manutenção Preventiva Periódica no consultório odontológico?
O atendimento inicia-se pela avaliação, realizada por meio da anamnese, seguida de exame bucal. Se necessário, o dentista poderá solicitar exames complementares para concluir a avaliação, diagnóstico e plano de tratamento.
Na consulta de Manutenção Preventiva Periódica realiza-se a limpeza, “full mouth desinfection”. Nesse procedimento, podem ser utilizados além de equipamentos, como ultrassom, agentes químicos ou medicamentos durante o procedimento.
A limpeza pode envolver também a raspagem coronária, remoção de tártaro e outros fatores de retenção de placa bacteriana dental, além de alisamento e polimento.
A manutenção preventiva é sempre finalizada com as orientações e prescrições necessárias para diminuir o risco de adoecimento e proporcionar maior duração da manutenção do equilíbrio da saúde bucal.
Realiza-se o plano terapêutico preventivo e programa-se a periodicidade da visita preventiva regular.
Por Nancy Pinheiro, Cirurgiã-Dentista, Mestre em Ensino na Saúde.
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