A higiene bucal é fundamental para manter dentes livres de cáries e gengivas saudáveis. Cada pessoa é única e pode ter motivos pessoais específicos para deixar de cuidar da higiene bucal, mas isso pode levar a consequências indesejadas, como dores de dente, sangramento gengival, mau hálito ou perdas dentárias precoces.

Outrossim, deixar de manter a higiene bucal cotidiana pode ser uma situação decorrente de algumas condições ou distúrbios de ordem emocional ou de saúde mental, como por exemplo a depressão.

Essa condição de saúde pode afetar o interesse de algumas pessoas em realizar a higiene bucal cotidiana ou levá-la a fazer essa rotina de forma ineficiente.

A depressão pode afetar a motivação e a capacidade de cuidar adequadamente de si mesmo durante o período mais crítico.

• E o que ocorre se isso acontecer.

Dependendo do tipo de flora bacteriana presente na boca, do tempo que leve para a pessoa retornar aos hábitos de higiene bucal saudáveis, isso pode gerar um desequilíbrio da microbiota oral.

Quando esse desequilíbrio também está associado a outros fatores como, a presença constante de resíduos alimentares por ausência ou ineficiência da higiene bucal, presença de uma dieta rica em carboidratos, isso pode ensejar num aumento ao risco de cáries, problemas periodontais ou gengivais.

• Quais sinais ou sintomas podem ser indicativo de alerta?

Halitose (mau hálito) que antes não se percebia pode ser um desses sinais. Gengivas que sangram/incomodam ou dor de dente podem ser sinais de alerta.

Aqui fica uma dica importante. Esperar que isso aconteça não é recomendável, pois tanto a cárie quanto as doenças periodontais são insidiosas. Deixar o tempo passar pode significar ter que tratar tais condições de forma mais desconfortável, complexa e onerosa. Como diz o ditado popular, “melhor prevenir que remediar”.

O que fazer para se prevenir ou corrigir tais problemas?

Primeiramente, diagnosticado o quadro depressivo, deve-se procurar manter um acompanhamento com profissionais de saúde mental, tais como psicólogo, psicanalista, dentre outros.

Segundo, agendar uma consulta com um dentista para avaliar a situação, traçar um plano terapêutico preventivo e realizar a manutenção em intervalos mais curtos. Isso ajudará a pessoa a manter a saúde bucal enquanto dure sua condição emocional que esteja afetando seus cuidados pessoais de higiene bucal e aumentando seu risco de adoecimento.

Além disso, a depender da condição de saúde bucal anterior ao quadro depressivo, algumas pessoas podem ter sua saúde oral piorada. Ademais, em algumas situações, o plano terapêutico para tratamento da depressão pode incluir o uso de medicamentos prescritos pelo médico, o que pode alterar a produção e qualidade salivar. Para a pessoa em tratamento, isso aparece como sensação de ressecamento das mucosas orais (boca seca), contribuindo ainda mais para aumentar o risco de cáries, por exemplo ou de mau hálito.

Dessa forma, é importante ressaltar fortemente, que a depressão, dentre outros problemas de saúde mental, pode afetar a saúde bucal, aumentando o risco de adoecimento, o surgimento de cáries, gengivites, mau hálito.

Nessas condições, é essencial cuidar da saúde mental, com acompanhamento psicológico, manter visita preventiva regular ao dentista a intervalos mais curtos e ter o apoio de alguém querido e próximo do cotidiano dessa pessoa para incentivar e promover os cuidados pessoais com a higiene bucal e manter assim uma boa saúde oral.

Por,
Nancy Pinheiro
Cirurgiã-Dentista – CRO 2058CE
Promoção e Prevenção da Saúde
Especialista em Saúde Pública
Mestre em Ensino na Saúde